sábado, 13 de fevereiro de 2010

UM POUCO DE MINHAS MEMÓRIAS - (sem cerveja)

Não foi a toa que o MEP foi um momento rico em minha vida. Simples intenções se transformam em “causos de Polêmicas”. Isso é bom demais. É vida. Tenho muito orgulho em falar para minhas filhas, amigos e conhecidos, que fiz parte do MEP. É verdade. É muito legal esse sentimento estar vivo até hoje. Esse coletivo foi e é muito bacaninha. Mantemos as mesmas diferenças, com sentimentos críticos e (des) construindo o tempo. Duvido que as outras organizações tivessem um coletivo tão inteligente, saudável e com pensamento crítico como o MEP. Pode parecer paradoxal, mas eu sempre tive essa leitura sobre o Movimento pela Emancipação do Proletariado. Aliás quem foi que inventou esse nome pra organização? Não, fala sério, era muito complicado explicar esse rótulo. O casual e engraçado, era que perto da sede do jornal O Companheiro tinha uma loja, na Radial oeste, que tinha o nome MEP. Acho que era Máquinas e Equipamentos e o P não me lembro. Só sei que lá vendia máquinas de balanças de pesar produtos. O Jornal “O Companheiro” é um capítulo a parte. Vender aquele “peso” era “fóda”. Mas tinha um conteúdo muito legal e inteligente. Aquela equipe fazia um jornal, que apesar de suas limitações, era um ótimo panfleto revolucionário. Vou adorar e detestar reler o “O Companheiro”.
Eu me sentia uma pessoa que queria mudar o mundo. E acreditava que isso era possível. No MEP e com o MEP.
O MEP foi uma organização, um partido fantástico.
Pra mim os nosso presos políticos eram, os melhores presos políticos. Me lembro quando conheci o Nilton Santos, o nosso exilado político. Me lembro quando o Fred me falou de sua prisão e suas torturas e sofrimentos e quando Mendes, o médico, me contou como ele caiu. Estava num ponto de ônibus, indo pra um encontro – ponto- e viu que ali tava na hora de entrar em cana. Podia ter seguido viagem e levado mais gente com ele. Mas ali, viu a partida perdida, e encarou a dolorosa. O Guto, o Luis Arnaldo, o André, e todos os outros (as) eram meus heróis. Se eles enfrentaram aquela “barra pesada” e não esmoreceram, eu acreditava que não podia deixar por menos. Não tinha polícia ou repressão que me intimidasse.
Nossa, que saudades da Abgail. Teve uma vez que entrei em cana no DOPS, por pixar os muros da Telerj, que eram de mármores novinhos. Pixamos...Pela Emancipação do Proletariado.... Pixei o muro e ainda fiquei pra destribuir os panfletos. Claro que entrei em cana, cheios de panfletos do MEP. Era um sábado de manhã. Tinha eleição no sindicato. Fiquei preso 12 horas e fui liberado e a nossa advogada Biga tava na praia esbravejando:_ “Esse maluco vai em cana num sábado de sol maravilhoso no posto 9”. Depois ela me convenceu que estava certa. Ficamos amigos, e companheiros para sempre. Ela estava certa e eu também. Bigail, aonde quer que você esteja, eu ti amo. Saudades.
Ah, posto 9!!! Ali era o núcleo praiano da revolução Mepiana. Não tinha coisa mais deliciosa, saudável, e revolucionária do que ficar doidão no posto 9 e planejar a derrubada da ditadura. A Ditadura teve o seu fim planejado e executado nas areias do posto 9 em Ipanema. Eu Acho...Viva Fidel! Viva Tchê! Viva a Revolução!
Era assim como eu enxergava o meu mundo. Tudo bem, temos discordâncias, mas tudo valeu a pena porque a nossa alma nunca foi pequena.
E dá-lhe Caetano, Chico, Gal, Barão, Gonzaguinha, Gonzagão, Elba, Vandré, Paralamas, Rita Lee, Gil, João Bosco e Aldir Blanc, Beth Carvalho, Paulinho da Vila,... e claro...Elis.... nossa...a nossa trilha sonora era demaisssssssss.
Não tinha como a revolução não dar certo. Rsrsrsrsrsrsrs

Tenho muita saudades também do pessoal da UFF. Eles são demais. A Verinha e o Rogério, os companheiros das células do interior do estado e de vários estados do país. Santa Catarina, São Paulo, Minas, etc. E aqueles “metidos” e vitoriosos companheiros {as} da UERJ ( até hoje não entendi como a linda Lúcia tinha aquele namorado despolitizado...rsrsrssr) nos enchiam de orgulho. Da Engenharia (Elvio), Direito (Wadir) e Medicina (Flavio e Tânia) até as Letras ( da..esqueci casada com o metido e gente boa do..esqueci...).
No ME nós éramos fóda. Na UFRJ, com a ECO de Rosa e Bia, a Economia com... (Caracas só tínhamos o Paulo Piu-piu). Mas que cara. Passarinho era um dos nossos mais fantásticos formuladores políticos. Sem ele o MEP não teria graça. E ainda tínhamos a Medicina,as letras, a psicologia com a charmosa Beth Lamosa e o IFCS (...minha filha estuda lá hoje...) de Flávinha e o do Grande Guerreiro Cacau. Isso tudo sem esquecer de nosso núcleo + revolucionário e combativo das particulares. PóPó da USU, Bebel, Aninha, Arnaldo e Edileide da FACHA, João Eugênio da PUC, que gloriosamente levantou a bandeira da UNE na derrubada do prédio da praia do Flamengo. Eles deram belas contribuições para a Luta pela Anistia.
Nossa...nós éramos demais...
Nós tínhamos várias musas. Aliás não tinha partido com mulheres mais lindas, charmosas, inteligentes, sexis, amáveis, gostosas e deliciosas como o MEP. (Não, fala sério. De norte a sul, de leste a oeste, mulher bonita e inteligente, só no MEP).
E como deixar de esquecer o nosso orgulhoso núcleo operário-metalúrgico. Caracas, aonde está o Nivaldo??!!!! Tomamos muita cachaça juntos no sindicato de Niterói, nossa primeira vitória verdadeiramente operária. Era demaissssss.
Portanto adoraria, como Cacau também, num certo dia desses quem sabe, debater a conjuntura. Tudo bem, eu sei que vocês detestam a idéia. Mas que eu gostaria de ouvi-los, ah...isso eu gostaria.
Quero encontrar, com todos os possíveis companheiros {as} para dar um grande abraço no dia 25 e marcarmos uma data para a festa. Uma festa na qual possamos nos reencontrar, nos abraçarmos e celebrarmos a vida.

A Vida Continua
A Luta também
A Vida é a arte dos encontros... (quem falou isso mesmo? Vale 5 chopps pra resposta correta)

Fui... pois cheguei em casa cansado da labuta e resolvi participar,,,

Um comentário:

  1. Deo querido, vc é um româtico.Louco mas româtico.Que bom.
    Esta resenha me emocionou ao perceber o quanto vc é verdadeiro. Valeu. Fui, acho eu, "massa de manobra", um pouco mais articulada, mas acho que era esse o nome da categoria da qual eu pertencia na hierarquia do partido.Participei de algumas reuniões na casa do João e de um monte na FACHA, que não eram do diretório, do qual eu era diretora. Sei que aquele foi um dos msis importantes momentos políticos daminha vida e que nortearam os anos subsequentes. Não sei porque o partido acabou mas lembru que eu havia sido transferida para a ECo e um vazio enorme caiu sobre minha cabeça. Fui jubilada e só ano passado me formei jornalista...pela FACHA.
    Aguardo o enconro para encontrar os que tenho convivido e aqueles que nem conheci. Um beijo amigo.

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